
Crio a paz às duas e vinte e cinco.
Sopro no vento a intenção da poesia.
Inspiro, me estico, expiro.
Sou árvore, pássaro, poesia.
Lá fora mil gritos de socorro,
lá fora mil banquetes à minha espera.
Crio a paz às duas e vinte e sete.
Sou no vento a intenção da leveza.
Inspiro, não me mexo, expiro.
Sinto o pesar em cada veia,
o pulsar da gravidade,
a força dos desejos.
Inspiro, expiro, medito.
Crio a paz à revelia.
© Francine Canto